Jair Bolsonaro, que sempre se apresentou como adversário visceral da esquerda, celebrou, ontem, o apoio do PT a Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato a suceder Davi Alcolumbre (DEM-AP) na presidência do Senado.
No mesmo dia, disse que gostava muito de Baleia Rossi (MDB-SP), candidato à vaga de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara, mas que jamais o apoiaria porque os partidos de esquerda decidiram votar nele.
Quer dizer: desde que seja ao seu candidato, Bolsonaro não rejeita apoio da esquerda. Para os que possam se espantar com isso, não há razão para tanto. Bolsonaro criou um personagem, o do político ultrarradical de direita, e foi bem sucedido.
De direita ele é, mas de fato pouco acredita no que diz e em suas consequências. Acima de tudo está seu desejo de se dar bem e de beneficiar a sua família. Seu compromisso é com ela. O resto é uma simples questão de oportunidade, e de mercado.
O apoio do PT a Pacheco foi selado em troca de cargos na direção do Senado e em comissões técnicas. O MDB de Rossi na Câmara deverá lançar candidato para enfrentar Pacheco.
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