quinta-feira, 25 de agosto de 2022

País paralelo do capitão no WhatsApp precisa de cadeia para ficar perfeito



Há um Brasil paralelo nos fundões do WhatsApp. Nele, Bolsonaro disparou nas pesquisas. Abriu 45 pontos de vantagem sobre seu principal rival. Os vilões Fachin, Barroso e Xandão —sob influência de Lula, Zé Dirceu e PCC— tramam impugnar a chapa de Bolsonaro. O Brasil alternativo do aplicativo convive também com o risco de "roubo na apuração" das urnas. As Forças Armadas "estão em cima". Mas o povo precisa sair às ruas no dia 7 de Setembro para exigir "voto auditável". Do contrário, o Brasil virar um novo membro do "bloco comunista da América Latina."

O Brasil bolsonarista do WhatsApp não é novo. Trata-se do mesmo conto do vigário de 2018, com ajustes no enredo. Mantém-se inalterado em 2022 o propósito de ludibriar o eleitorado. A diferença é que agora, graças a uma parceria da Folha com a Quaest, o jornalismo invade o território da mentira antes da abertura das urnas. O noticiário proporciona à Justiça Eleitoral a oportunidade de oferecer ao bolsonarismo a única coisa que falta para transformar o país paralelo das redes sociais num território perfeito: a cadeia.

Em outubro do ano passado, a um ano das eleições de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral reconheceu o golpe eletrônico de 2018. Mas livrou a chapa Bolsonaro-Mourão da cassação. Limitou-se a avisar que puniria eventuais reincidentes. Atual presidente do TSE, Alexandre de Moraes participou do julgamento. Sabia que presidiria as eleições deste ano. Ao votar informou qual seria o destino daqueles que repetissem a bruxaria: "Irão para a cadeia."

A reportagem publicada pela Folha fornece material para uma boa investigação policial. Informa que as mensagens que recriam o Brasil fictício são disparadas de delimita 540 números de telefone. O conteúdo ecoa manifestações do presidente da República, dos filhos e dos aliados. Relator no Supremo Tribunal Federal dos inquéritos sobre notícias falsas e milícias digitais, Moraes colecionou dados sobre a operação e o financiamento do empreendimento que industrializa a mentira.

A 39 dias da eleição, Moraes e seus colegas precisam mostrar que não vendiam terreno na Lua quando sinalizaram que seria curto o prazo entre a reincidência do crime e a chegada dos criminosos à cadeia.

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