Há um Brasil paralelo nos fundões do WhatsApp. Nele, Bolsonaro disparou nas pesquisas. Abriu 45 pontos de vantagem sobre seu principal rival. Os vilões Fachin, Barroso e Xandão —sob influência de Lula, Zé Dirceu e PCC— tramam impugnar a chapa de Bolsonaro. O Brasil alternativo do aplicativo convive também com o risco de "roubo na apuração" das urnas. As Forças Armadas "estão em cima". Mas o povo precisa sair às ruas no dia 7 de Setembro para exigir "voto auditável". Do contrário, o Brasil virar um novo membro do "bloco comunista da América Latina."
O Brasil bolsonarista do WhatsApp não é novo. Trata-se do mesmo conto do vigário de 2018, com ajustes no enredo. Mantém-se inalterado em 2022 o propósito de ludibriar o eleitorado. A diferença é que agora, graças a uma parceria da Folha com a Quaest, o jornalismo invade o território da mentira antes da abertura das urnas. O noticiário proporciona à Justiça Eleitoral a oportunidade de oferecer ao bolsonarismo a única coisa que falta para transformar o país paralelo das redes sociais num território perfeito: a cadeia.
Em outubro do ano passado, a um ano das eleições de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral reconheceu o golpe eletrônico de 2018. Mas livrou a chapa Bolsonaro-Mourão da cassação. Limitou-se a avisar que puniria eventuais reincidentes. Atual presidente do TSE, Alexandre de Moraes participou do julgamento. Sabia que presidiria as eleições deste ano. Ao votar informou qual seria o destino daqueles que repetissem a bruxaria: "Irão para a cadeia."
A reportagem publicada pela Folha fornece material para uma boa investigação policial. Informa que as mensagens que recriam o Brasil fictício são disparadas de delimita 540 números de telefone. O conteúdo ecoa manifestações do presidente da República, dos filhos e dos aliados. Relator no Supremo Tribunal Federal dos inquéritos sobre notícias falsas e milícias digitais, Moraes colecionou dados sobre a operação e o financiamento do empreendimento que industrializa a mentira.
A 39 dias da eleição, Moraes e seus colegas precisam mostrar que não vendiam terreno na Lua quando sinalizaram que seria curto o prazo entre a reincidência do crime e a chegada dos criminosos à cadeia.
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