A decisão de Bolsonaro de manter sua ida à posse de Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira, mesmo com a confirmação de Lula, surpreendeu auxiliares do presidente.
Até articuladores do “armistício” entre Bolsonaro e o magistrado acreditavam que ele desistiria de ir ao ato após saber da presença do petista. Eles lembraram que, no mês passado, Bolsonaro desmarcou uma agenda com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, porque ele também se encontraria com seu rival.
Bolsonaro, no entanto, dobrou a aposta. Sinalizou a aliados que sua ideia é usar o evento para dar uma espécie de recado ao petista. O presidente tem a intenção de mostrar que “está em posição acima” da de Lula, por ocupar o comando do Executivo. Lula, como ex-presidente, deve ficar com os outros nomes que já passaram pelo posto e que estarão na posse, como Michel Temer e Dilma Rousseff, enquanto Bolsonaro espera ter um lugar de destaque.
Lula também vai ao evento com a proposta de se contrapor ao seu principal concorrente nas eleições. A ideia é mostrar que, diferentemente de Bolsonaro, ele respeita e prestigia as instituições e o Judiciário, alvo de ataques constantes do presidente.
Alexandre de Moraes se empenhou pessoalmente em ter uma posse repleta de autoridades e ligou para várias delas para fazer o convite. Funcionou. Um governador do Nordeste, por exemplo, relatou à coluna que mudou de ideia e decidiu comparecer ao evento após o contato direto do ministro.
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