O brasileiro é um povo peculiar. Deveria ser estudado, mas não pela NASA, como sugere algumas postagens que vemos pela Internet, e sim por cientistas sociais, antropólogos e até por extraterrestres de planetas planos.
Trata-se de um o povo
único no mundo a determinar um valor para definir a corrupção. O nosso
"corruptômetro", por exemplo, é pessoal, variável e transferível. Uma
quantia de dinheiro pode significar se uma corrupção, a depender do indivíduo,
é imperdoável, mais ou menos ou muito menos.
No caso da primeira
dama, nossa nouvelle madame, o corruptômetro não acha que 89 mil reais seja uma
quantia digna de considerações.
Há até quem diga, e não
são poucos, que este valor comparado aos milhões dos adversários políticos,
chega a ser ridículo. Como dizem os americanos trumpistas:
"Peanut!!!" Ninharia!!
Nem os 7,5 milhões de
reais, tirado da saúde em plena pandemia para o programa social da moça, foi
considerado.
Portanto, pula, vira a
página que não é merecedor de investigações constrangedoras, carimba o PGR, com
a sua cegueira opcional e seletiva.
Porém, 15 mil reais no
cofrinho traseiro de um senador, amigo de cama e mesa, como definiu o
presidente da república, já é motivo para a rígida "condenação
branca".
Aquela que o sujeito
cai pra cima: substituição do pai pelo filho. Os negócios da família não são
interrompidos, satisfaz a turba, a imprensa esquece e o amigão de cama e mesa
agradece. Apesar do mau cheiro, livrou-se de ser atingido pelos respingos.
Já um xampu, um pacote
de biscoito ou de manteiga, nas mãos de um pobre, de um negro, sem o devido
comprovante do caixa do supermercado, o esperto corruptômetro já manda uma cana
brava. É condenação direta e não precisa nem da justiça. Um cabo e dois soldados
definem: prisão perpétua.
Oxalá, o periculoso
cidadão ainda há de dar graças à deus, porque a turma da arminha ruminante é
extremamente rígida contra o crime e tem como lema e epitáfio: "bandido
bom é bandido morto". Afinal, pra eles meritocracia é tudo e pobre só é
pobre porque quer.
Por Felicio Vitali
Um comentário:
Eleições ... 2016, 2018, 2020, 2022...
O BRASIL E O DILEMA DO “MENOS PIOR”
O ufanismo e o nacionalismo em certos momentos do
Brasil influenciaram e causaram interferências na
Racionalidade desejável às decisões políticas e
Administrativas, motivando imediatismos e
Soluções casuísticas em detrimento de ações
Institucionais planejadas e controles eficazes,
Levando o país a sofrer os efeitos da corrupção.
Enfim, do ufanismo às incertezas, do nacionalismo
O “espírito de Copa do Mundo” foi o que sobrou.
De eleição em eleição, eleitores descrentes ou
Induzidos a votar sem pesar as consequências,
Ludibriados por vãs promessas, ou optando por
Escolher candidatos pelo critério “o menos pior”.
Mas, à cultura do “menos pior”, acrescente-se a
Ardilosa estratégia para conquistar o Poder:
Desestabilizar Instituições e sabotar os acertos,
Otimizando o princípio “quanto pior, melhor”.
Maléfico? Sim, nua e crua realidade.
Enquanto o conformismo falar mais alto, a
Nação escaldada e insegura errará mais uma vez:
Optar pelo “aparentemente menos pior”, ou
Será melhor manter os moderados corruptos atuais?
Pela maior participação dos cidadãos nos partidos e
Inflexível fiscalização dos atos legislativos e executivos,
Ocorreria a tão desejável renovação política? Ou,
Raízes historicamente danosas são inextermináveis?
AHT
22/11/2020 (versão revisada)
Postar um comentário