As duas coisas mais perigosas da democracia são o voto livre e o eleitor prisioneiro de sua consciência. Juntos, eles deixaram Marcelo Crivella fora de si, levando-o a exibir o que tem por dentro. Candidato à reeleição, o prefeito do Rio de Janeiro passou a operar no 'modo desespero'.
De acordo com o Datafolha, Crivella está 42 pontos percentuais atrás do seu antagonista Eduardo Paes. O prefeito amealha 29% dos votos válidos, contra 71% atribuídos a Paes. Significa dizer que o prefeito tonou-se um candidato favorito a fazer do seu adversário o próximo prefeito do Rio. Daí o desespero.
Num par de vídeos, Crivella chamou o governador paulista João Doria de "veado" e "vagabundo". Insinuou que o rival Eduardo Paes troca o apoio do PSOL pela promessa de entregar à legenda a Secretaria de Educação. Tudo isso com o propósito de instituir a "pedofilia nas escolas" do Rio de Janeiro.
Crivella declarou: "Eu fico imaginando um irmão meu evangélico, metodista, assembleiano, alguém da Universal. Jesus disse que o Reino de Deus é das crianças. Jesus se comparou às crianças. E nós vamos aceitar pedofilia na escola? No ensino infantil?"
Postulante à reeleição, o prefeito talvez não tenha amealhado votos. Mas ganhou uma nota de repúdio de Doria e pelo menos dois processos judiciais —um de Paes e outro do PSOL
Pastor licenciado da igreja Universal, Crivella costuma invocar com muita frequência o nome de Deus. Ele existe. Está em toda parte. Mas de maneira geral o demônio passou a comandar a campanha do irmão Crivella.
Por Josias de Souza
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