No final de agosto, Jair Bolsonaro declarou que não se envolveria no primeiro turno das eleições municipais. Escreveu nas redes sociais que tinha "muito trabalho na Presidência". Mas Bolsonaro não costuma perder a oportunidade de perder oportunidades. Voltou atrás. Meteu-se nas campanhas de uma espécie de triângulo das Bermudas: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Acorrentou-se a três perspectivas de derrota: Celso Russomano, Marcelo Crivella e Bruno Engler.
Russomanno (Republicanos) derreteu durante a campanha em São Paulo. Crivella (Republicanos), graças ao desastre administrativo em que converteu a prefeitura do Rio, já entrou na disputa derretido. E Engler (PRTB) não ultrapassou o estágio de candidato gasoso em Belo Horizonte. Russomanno e Crivella têm dificuldade para passar ao segundo turno. Se passarem, serão favoritos a tornar os rivais Bruno Covas e Eduardo Paes vitoriosos. Engler sairá das urnas como uma irrelevância.
As aventuras de Bolsonaro na eleição municipal confirmarão um antigo raciocínio do chanceler brasileiro Azeredo da Silveira, que morreu em 1979. Segundo o diplomata, "tem gente que atravessa a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada". Foi precisamente o que fez Bolsonaro ao abandonar a ideia de ficar longe dos palanques de 2020.
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