quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Brasil sofre com o caos mental do clã Bolsonaro



O governo de Jair Bolsonaro vai se transformando numa espécie de centro terapêutico para tratar a esquizofrenia do presidente e da família dele. A China leva os Bolsonaro para o divã. No seu penúltimo surto, Eduardo Bolsonaro escreveu no Twitter que o Brasil se afasta de tecnologia chinesa para o 5G, e que apoia iniciativa do presidente americano Donald Trump de criar uma aliança global sem espionagem da China para um 5G seguro.

Como disse o vice-presidente Hamilton Mourão num surto anterior, se o personagem se chamasse Eduardo Bananinha ninguém daria importância. Mas ele é filho do bananão. E o pai também produz polêmicas sobre a China com a mesma naturalidade com que a bananeira dá bananas. Ainda outro dia disse que a "vacina chinesa do João Doria" não é confiável.

A embaixada da China reagiu. Faltaram modos à resposta chinesa. Mas sobrou clareza. Afirmou-se que as manifestações do bananinha "solapam" as relações do Brasil com a China. Mantido o tom, disse a embaixada, os bananas vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil. Os chineses sabem o que querem. O Brasil, talvez não.

Em maio de 2019, em visita à China, Mourão disse que via com bons olhos a atuação Huawei, gigante do 5G chinês, no Brasil. Já havia a guerra China-Estados Unidos. O Brasil "não pode se atirar para um lado só de uma hora para a outra", disse o vice-presidente na ocasião, num lampejo de lucidez. Em outubro do ano passado, após encontrar o presidente chinês Xi Jinping em Pequim, Bolsonaro disse que desejava "fortalecer" o comércio e "ampliar novos horizontes" nas relações com os chineses. Hoje, os Bolsonaro estão maníacos com a China e depressivos com a derrocada de Donald Trump. Seria um equívoco dizer que a primeira-família sofre de insanidade. Na verdade, os Bolsonaro se deliciam com ela. Quem sofre com o caos mental da família é o Brasil.

2 comentários:

AHT disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
AHT disse...

Bolsoberania


Os EUA e a Europa conseguiriam enquadrar a China? Na realidade atual, os EUA e Europa têm que conviver em constante estado de atenção, negociar e manter as relações comerciais e tecnológicas com a China?

No entanto, os Bolsonaros agindo como se fossem uma só pessoa portando a faixa presidencial, imaginam que podem defender o Brasil dos tentáculos da China. Piada, ou praticantes da idiotia como método? Despreparados, não aprendem que ao cutucar a China com vara curta sempre terão que pôr o rabo entre as pernas e sair de perto rapidinho, sempre contando com o time de ministros e assessores “se virando nos 30” para colocar panos quentes, diplomaticamente remendar e sem se descurar da honra e soberania do Brasil.

Julgando-se sábios e estrategistas “padrão Trump”, os Bolsonaros insistem em provocar. A China, instigada, reage imediatamente. Os chineses murmuram um “tsc tsc...” e, segurando o sorrisinho “padrão chinês“, aproveitam mais uma oportunidade para enquadrar os Bolsonaros e, por tabela, o Brasil, ao reafirmarem com todas as letras diplomáticas que estão no controle da situação, com o dinheiro, com a faca e o queijo na mão.

Situações vexatórias e perfeitamente evitáveis. À cada episódio desses com os chineses e outros países e organizações internacionais, o Brasil vai colecionando descréditos e desconstruindo sua histórica e conceituada representatividade diplomática. Entretanto, o Brasil segue sendo um fornecedor de commodities atendendo às necessidades dos grandes parceiros comerciais - porém, sistematicamente obrigado a procurar e aceitar investimentos e participações societárias de poderosos grupos estrangeiros, principalmente chineses. Qual será o resultado a médio e longo prazos? Os pensantes que assessorarão um possível novo regime de governo, terão que procurar interessantes variações para o atual significado da palavra SOBERANIA?

O Bolsonaro e filhos ajudantes de presidência não foram eleitos para, em nome do Brasil, praticarem marotices e ofensas a outras nações, instituições e seus representantes. Eles foram eleitos para servir ao Brasil. Ou, seriam movidos por inconfessáveis desejos idioritários?

AHT
26/11/2020