quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Uma servidora da prefeitura de Caçapava é suspeita de intermediar esquema de golpe na compra de casas populares


Resultado de imagem para Famílias são vítimas de golpe que prometia falsa compra de casas populares em Caçapava, SP

Famílias de Caçapava (SP) afirmam que foram vítimas de um golpe que prometia a venda de casas populares. Uma servidora da prefeitura é suspeita de intermediar o esquema. Ela estaria cobrando R$ 600 por imóveis que não existiam ou que já tinham donos.

A golpista prometia venda de casas que seriam da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), que são voltadas a famílias de baixa renda. Só recebe a moradia quem é sorteado pelo Governo do Estado.

De acordo com as vítimas do golpe, a funcionária cobrava R$ 600 para garantir a venda das casas. “Perguntei para ela o porquê dos R$ 600 e ela me disse que era para garantir, porque na minha frente tinha mais gente pra ser sorteada. No meu caso, eram para garantir a casa e a documentação. Meu marido desconfiou, pediu recibo. Ela deu e colocou a assinatura dela, o CPF e os R$ 600 de quitação de casa” contou uma mulher, que não quis se identificar.

Outra vítima, que também preferiu não se identificar, disse que não sabia que o esquema era ilegal e que questionou a funcionária. “Ela falou para mim que era da CDHU, só que não era pra gente estar espalhando porque como eram casos em que o banco tinha tomado de pessoas que não tinham pagado, aí ela estaria passando para gente'', disse.

As vítimas disseram que a golpista não marcava encontro para que elas conhecessem o imóvel prometido. A demora virou reclamação nas redes sociais e as vítimas se uniram em aplicativos de mensagem para cobrar respostas, até descobrirem que se tratava de um golpe.

Os casos envolvendo a venda das casas da CDHU foram registrados na Delegacia de Caçapava. Como a investigação ainda não foi concluída, ninguém da polícia quis gravar entrevista com a equipe.

Gravação

Uma das vítimas gravou uma conversa que teve com a golpista. Nela, a funcionária da prefeitura disse devolveria o dinheiro e que outras pessoas estariam envolvidas no esquema. (veja no vídeo aqui https://globoplay.globo.com/v/7274868/)

A produção da TV Vanguarda entrou em contrato entrou em contato com a funcionária. Ela chegou a agendar uma entrevista, mas desistiu no dia.

Nos últimos dez anos, a CDHU entregou 617 novas moradias na cidade. A venda desses imóveis é ilegal, assim como como qualquer cobrança para cadastrar moradores. O único pagamento é das prestações do financiamento, o que acontece depois da assinatura do contrato.

O que dizem CDHU e prefeitura

Por meio de nota, a CDHU informou que não mantém intermediários na comercialização de suas moradias. É ilegal a venda, aluguel ou utilização irregular das suas unidades habitacionais antes de serem pagas as 18 prestações do contrato de financiamento, a partir da data em que foi assinado.

A nota diz ainda que não existe nenhuma cobrança para a transferência de proprietário. Em casos de irregularidades comprovadas é feita a reintegração de posse e a unidade é direcionada a outra família cadastrada e indicada pelo município.

A Prefeitura de Caçapava informou em nota que foi aberto um procedimento administrativo para apurar o caso, mas que ele foi suspenso para aguardar o resultado das investigações policiais. A mulher continua trabalhando e vítimas disseram que ainda não receberam o dinheiro pago.

G1 Vale

Nenhum comentário: