A abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal eleva a pressão sobre Jair Bolsonaro e ameaça furar a blindagem que protege seu mandato.
O presidente passará a ser formalmente investigado por prevaricação no escândalo da Covaxin. Isso deve ampliar seu desgaste num momento de queda de popularidade, avanço da CPI da Covid e protestos de rua contra o governo.
Bolsonaro já foi alvo de mais de uma centena de pedidos de impeachment, mas todos pararam na gaveta do presidente da Câmara, Arthur Lira.
A investigação no Supremo dribla essa barreira e abre um novo caminho para um eventual afastamento do presidente.
Se Bolsonaro for denunciado pela prática de crime comum, Lira será obrigado a levar o caso ao plenário. Neste caso, é preciso dois terços dos votos para afastá-lo do cargo.
A abertura de inquérito não significa que o presidente será alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República, que tem engavetado diversos casos sensíveis para o governo.
Mas o surgimento de novas provas, como uma eventual gravação da conversa com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), pode tornar esse desfecho inevitável.
Até aqui, a sobrevivência política de Bolsonaro dependia apenas da fidelidade de Lira, que se recusa a abrir um processo de impeachment. Agora o presidente também está nas mãos do procurador-geral Augusto Aras, que sonha com uma vaga no Supremo.
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