terça-feira, 23 de outubro de 2018

Preocupação com extremismo de candidato chega ao alto escalão das Forças Armadas, que vê a Reforma da Previdência sob dupla perspectiva


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A preocupação também já chegou ao alto escalão das Forças Armadas. Não! o alto oficialato não tem dúvida nenhuma entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), embora preferisse mesmo um nome viável que nem fosse do PT nem tivesse vestido farda um dia. Setores ligados à Inteligência entendem que Bolsonaro terá de encaminhar uma proposta de reforma da Previdência, por exemplo, porque, além de necessária, nisso se ancoram as esperanças que os mercados e o empresariado depositam no candidato. E aí veem duas complicações. Haverá necessariamente mobilização de setores da sociedade, especialmente os sindicatos de trabalhadores e servidores, que vão se opor às mudanças. Como os meios-tons da política desapareceram, restam as tinturas radicais de um lado e de outro. Sim, senhores! Da boca de um general, saiu a seguinte afirmação: “Não se deve confundir a reforma da Previdência com repressão policial.” Reitero: isso não é conversa de petista. Há mais: os militares acham que, num momento em que é alta a intolerância da sociedade com tudo o que se considera “privilégio”, será grande a cobrança para que o regime de aposentadoria dos membros das Forças Armadas e das polícias militar e civil sigam os marcos que forem adotados para os demais servidores.

Sobre eventuais conflitos com oposicionistas, diz militar: “Para as Forças Armadas, o que interessa é a paz social, não o contrário”

Por isso soou o alarme quando Jair Bolsonaro disse, na “live” para os manifestantes da Paulista o seguinte: “Vocês, petralhada, verão uma polícia civil e militar, com retaguarda jurídica pra fazer valer a lei no lombo de vocês”. Polícia serve para prevenir crimes e reprimir criminosos, não para intimidar adversários. Um dos militares preocupados com o risco de conflitos futuros lembrou que a população era majoritariamente contrária às manifestações violentas de junho de 2013. Mas a opinião pública se voltou contra o governo federal e os governos estaduais quando as cenas de confrontos de rua começaram a ganhar a imprensa, com manifestantes feridos. Resume o militar: “Para as Forças Armadas, o que interessa é a paz social, não o contrário”.

Por Reinaldo Azevedo

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