segunda-feira, 28 de março de 2011

"Clarín" é impedido de distribuir milhares de exemplares



O Globo

O jornal argentino "Clarín" não conseguiu distribuir [ontem] os cerca de 600 mil exemplares impressos no parque gráfico localizado no bairro portenho de Barracas. Em mais um capítulo da guerra entre o governo Kirchner e meios de comunicação privados do país, manifestantes vinculados ao líder sindicalista Hugo Moyano, aliado da Casa Rosada, impediram a circulação dos caminhões que deviam distribuir o jornal argentino.

O protesto foi questionado por importantes dirigentes da oposição e pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que voltou a manifestar preocupação pelas restrições à liberdade de imprensa na Argentina.

Os cerca de 40 manifestantes que bloquearam a entrada da empresa Artes Gráficas Rioplatenses (AGR) suspenderam o bloqueio depois do meio dia deste domingo. Segundo fontes do grupo "Clarín", "está claro que o protesto foi organizado pelo pessoal de Moyano".

Há cerca de dez dias, o líder sindicalista atacou a imprensa quando soube que o governo argentino recebera um pedido de informações da Justiça da Suíça, que está investigando empresas argentinas supostamente envolvidas em casos de lavagem de dinheiro. O documento enviado pelos tribunais suíços solicita, também, dados sobre Moyano e seus familiares.

De acordo com informações publicadas por jornais locais, entre eles o "Clarín", o líder do sindicatos dos caminhoneiros está vinculado à empresa que está sendo investigação pela Justiça da Suíça.

- A inação das forças policiais diante deste bloqueio ilegal demonstra a aliança que existe entre o governo e Moyano - declarou o senador e pré-candidato presidencial Ernesto Sanz.

Após vários bloqueios que foram denunciados pelos meios de comunicação argentinos, um juiz do país exigiu ao governo que garanta a livre circulação de jornais e revistas em todo o país.

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