Fernando Sastre de Andrade Filho, que conduzia o Porsche que colidiu contra o carro da vítima em São Paulo, em entrevista ao Fantástico (TV Globo) |
Na entrevista que concedeu ao Fantástico, na noite de domingo, Fernando Sastre de Andrade Filho revelou-se intelectualmente lento e moralmente ligeiro. As duas velocidades são insultuosas. O herdeiro do Porsche ofendeu a inteligência alheia e a memória do motorista de aplicativo Ornaldo Viana, morto ao ser abalroado por ele.
Liberado da cena do crime sem a realização de um teste de bafômetro, Fernando disse que não recebeu "tratamento privilegiado." Para ele, "foi tudo normal". Faltou definir normalidade.
Imagens captadas pelo vídeo acoplado ao uniforme policial exibem um Fernando com voz pastosa. Mas ele assegura que, na noite da batida, bebeu apenas água num restaurante e numa casa de jogos. Um amigo diz o contrário.
Perícia indicou que o Porsche estava a 114,8 km/h no momento da batida. Antes do choque, acelerou a 156,4 km/h. Fernando declarou que não se deu conta de que exorbitava. "Inclusive, eu acho que seria válido uma segunda perícia, uma segunda análise, para ter certeza dessa aferição", declarou.
Fernando Sastre encontra-se num local muito parecido com um buraco. É réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima. Se for condenado, pode amargar sentença de mais de 20 anos de cadeia.
A vida ensina que a primeira regra dos buracos é singela: quando o sujeito cai dentro de um, precisa parar de cavar. Com sua entrevista, o motorista do Porsche afundou-se um pouco mais.
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