O nome de Walter Braga Netto vinha sendo cultivado por Valdemar Costa Neto, o dono do PL, e por Bolsonaro como alternativa conservadora para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro com Eduardo Paes, candidato à reeleição. Ao enterrar a candidatura do general o TSE levou uma ala do PL a empinar o nome de Flávio Bolsonaro.
Meses atrás, o primogênito do capitão chegou a esboçar interesse pela disputa. Mas disse que só entraria no jogo municipal se tivesse o apoio do pai. E Bolsonaro disse "não". Alegou que precisaria do filho no Senado. Ou na coordenação das campanhas municipais do PL em todo o Estado do Rio. Nesta quarta-feira, voltou a torcer o nariz.
A exemplo de Bolsonaro, Braga Netto foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral. O capitão e o general ainda estão sujeitos a novas sentenças nas esferas eleitoral e criminal. Mas a conta da chapa derrotada na sucessão de 2022 já está salgada.
O banimento das urnas é o preço com juros e multa, cobrado em prestações até 2030, de quem não pagou em dia suas parcelas de parcimônia e moralidade. Paradoxalmente, embora esteja politicamente descapitalizado, Bolsonaro ganhou de presente uma oportunidade para demonstrar que ainda tem valor político.
O capitão diz que vai à disputa de 2024 como "cabo eleitoral de luxo". Nada poderia ser mais oportuno do que encostar sua luxuosa figura numa candidatura do filho, no berço eleitoral da família.
O diabo é que, em 2016, quando disputou a prefeitura do Rio pela primeira vez, Flávio Bolsonaro amargou um constrangedor quarto lugar. Naufragou no primeiro turno. Por isso, quando é alertado para o fato de que a oportunidade volta a bater na sua porta, Bolsonaro prefere reclamar do barulho.
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