sexta-feira, 19 de julho de 2019

Jucá e Sérgio Machado viram réus em Curitiba



Sucessor de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, o juiz Luiz Antônio Bonat enviou ao banco dos réus o ex-senador Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Presidente nacional do MDB, Jucá é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Responderá pelo recebimento de propina de R$ 1 milhão da empreiteira Queiroz Galvão, que mantinha contrato com a subsidiária da Petrobras presidida pelo amigo Machado.

Jucá sustenta que a verba decorre de uma doação eleitoral. A força-tarefa da Lava Jato contesta a alegação. Há no processo cópia de transferência bancária. E o juiz Bonat considerou que não existe vestígio de fato que justifique a transferência do caso para a Justiça Eleitoral. O despacho do magistrado é do mês passado.

Sérgio Machado, que chegou à Transpetro graças ao apadrinhamento do senador Renan Calheiros e da bancada do MDB no Senado, frequenta os autos na condição de réu-colaborador. Autoconvertido num grampo ambulante, ele gravou clandestinamente diálogos que manteve com a fina flor do MDB. 

Expurgado do Senado pelo eleitorado de Roraima, Jucá foi parar em Curitiba porque se tornou um membro do MSF, Movimento dos Sem-Foro. Caiu na grelha da primeira instância de Curitiba porque falharam as tentativas de melar a Lava Jato. Num dos diálogos captados por Machado, o ex-senador falava sobre a costura de um grande acordo nacional —"com o Supremo, com tudo."

Sem mandato, Jucá vive um drama que ele próprio definiu numa declaração de abril de 2017. O Supremo discutia na época a limitação da abrangência do foro privilegiado. O que levou os caciques do Senado a empinar um projeto que acabava com a prerrogativa de foro para todas as autoridades, exceto os presidentes dos três Poderes. 

"Se acabar o foro, é para todo mundo", declarou Jucá na ocasião. "Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba." Chegou a hora de Romero Jucá, o líder de todos os governos no Senado.

Por Josias de Souza

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