segunda-feira, 13 de junho de 2016

Lava Jato pede ajuda a Portugal para localizar suspeito de pagar propina a Cunha


Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a mulher Claudia Cruz, recebem a visita do príncipe japonês Akishino, filho mais novo do imperador do Japão, e a e princesa Kiko
Empresário português Idalécio Oliveira é acusado de repassar dinheiro para o presidente afastado da Câmara por negócios da Petrobras na África

Veja.com

A força-tarefa da Lava Jato fez um pedido de colaboração às autoridades portuguesas para que localizem o empresário português Idalécio Oliveira, acusado de pagar propina ao presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha por um negócio da Petrobras na África. O empresário é réu no mesmo processo em que a esposa do deputado, Cláudia Cruz, é investigada por lavagem de dinheiro, junto com os ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada e o lobista João Augusto Rezende Henriques.

"No referido pedido, o MPF rogou às autoridades portuguesas para que procedam a citação do acusado para que conheça dos termos da denúncia e, por meio de advogado constituído no Brasil, apresente resposta à acusação, no prazo de dez dias", diz a petição datada do dia 9 de junho. Na última quinta-feira, Moro aceitou denúncia contra a esposa de Cunha e o empresário português.

Na denúncia, Idalécio é acusado formalmente de pagar 10 milhões de dólares em propina para que sua empresa, a Companie Beninoise Des Hydrocarbures (CBH), conseguisse fechar a venda de um campo de exploração de petróleo em Benin para a Petrobras, em maio de 2011. Segundo as apurações, o dinheiro que saiu dos cofres da CBH foi repassado à offshore Acona, do lobista João Augusto Henriques. Este, por sua vez, enviou 1,5 milhão de dólares para o trust Orion, do deputado Eduardo Cunha, que destinou parte dos recursos para conta Kopec, de Cláudia Cruz.


Segundo a procuradoria, parte desse dinheiro era usado para alimentar o cartão de crédito da mulher do peemedebista na compra de bolsas, sapatos e roupas de grife, além de financiar cursos em instituições no exterior. O rastreamento do caminho dos recursos só foi desvendado após acordo de colaboração firmado entre a procuradoria brasileira e autoridades suíças.

"Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira teria pago a propina, enquanto João Augusto Rezende Henriques a intermediado. A acusada Cláudia Cordeiro Cruz, esposa do parlamentar, teria se beneficiado de parcela do produto do crime, utilizando ainda expedientes para ocultar o seu recebimento e a sua fruição", disse Moro, no despacho em aceita a denúncia contra os investigados.

Em resposta às acusações, Cunha negou as irregularidades e afirmou que o patrimônio da esposa é fruto de indenização trabalhista recebida em ação contra a TV Globo, da qual Cláudia já foi funcionária. "Volto a reafirmar que não houve nem recebimento nem utilização de qualquer vantagem indevida, e que a acusação de que valores de propina foram gastos em artigos de luxo são falsas, sendo que a referida denúncia não apresentou qualquer prova em relação a isso", disse ele, na última sexta-feira.

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