sábado, 13 de junho de 2015

O ATO E O FATO



Encostando em moirões podres

Mais uma vez afirmo que não ter formação alguma na área de Economia e Administração, mas eu e nem ou outro brasileiro precisamos ter para saber que não estamos “bem das pernas”.

Vimos hoje a notícia de que o HSBC vai encerrar suas atividades no Brasil, o que engrossará ainda mais o quadro do desemprego, dado ter 853 agências e 21.500 empregados no Brasil, e que centrará suas atividades em países com maiores estabilidades contratuais, de exportações e de melhores possibilidades de negócios, tais como México, China, Índia e Emirados Árabes.

Esta decisão se prende a fatores econômicos, chamando-me a atenção que esta reformulação se dirige em favor do México, que tem lá seus problemas, porém, ao completar a leitura do comunicado oficial emitido pelo banco HSBC pude compreender este direcionamento.

Diz o comunicado que o México, dentre os demais países que estão com suas economias em franco desenvolvimento, tem exportações que atingem 398 bilhões de dólares, enquanto que a brasileira 225 bilhões, e especialmente por estar o país alinhado com as oportunidades criadas com o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, o NAFTA, e que o quadro do México é diferente, onde a economia é aberta e há 11 reformas em curso, e que a participação das exportações no PIB mexicano supera até a da China.

Eis aqui o contrapondo desta notícia com a que o Brasil vive, pois enquanto o México se firma com países consolidados do NAFTA, nós aqui fazemos acordo com o tal Mercosul, que representa em realidade pobres pedindo esmolas em uma porta só, especialmente quando nos alinhamos também com políticas e economias ideologizadas e fracassadas dos países que o compõem.

Estamos diante de um fato que meu querido Pai Brasilino diz: “Não se deve, para se ter sucesso, encostar em alguém, busque-o por seus próprios meios, mas se não houver alternativa, então encoste em pessoa que seja como moirão firme, pois se escorar em quem está com os pés podres irá com ele ao chão”. Esta é uma lição simples, mas que ainda, infelizmente não aprendemos e estamos e vamos pagar caro por isto.

Tanto é verdade que outra notícia, também de hoje, versa neste mesmo sentido, que são os problemas enfrentados pela economia interna, que certamente decorre destes erros externos, tal como a que diz que o comércio varejista, que em número de empregados somente é superado pelo setor público, poderá demitir brevemente 1 milhão de empregados ainda este ano, o que representaria 145.000 por mês, em média, o que superaria a maior queda do nível de emprego desde 2007. Realce-se que somente neste ano foram fechadas no Distrito Federal mais de 2 mil lojas.

Creiam, não estou sendo pregador do sinistro ou torcedor do “quanto pior melhor”, mas simplesmente realista e crendo que enquanto nos alinharmos, como acima dito, com países de economias fragilizadas, sem poder de competição, e ideologicamente dirigidas, caminharemos em direção à derrocada, ao abismo.

Reafirmo, não sou habilitado para a área de Economia ou Administração, mas meus “bolsos” são especialistas nas duas áreas, e eles quem me deram os argumentos para que escrevesse este texto.

Espero que passemos a nos alinhar com países que saibam o que estão fazendo em suas áreas econômicas e tiremos disto proveito, pois ao contrário a vaca, coitadinha, vai para o brejo (e nós juntos com ela).

2 comentários:

Brasilino Neto disse...

Observo que o título desta matéria é "Encostando em moirões podres".

Paulo L. disse...

Brasa, como sempre sua análise é simples e brilhante, por englobar todos os fatores econômicos, sociais e de nossa vida diária.