segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Entregar a Caixa ao centrão é modalidade de roubo a banco



Quando ouve Arthur Lira criticando hipotéticos "excessos" da Polícia Federal, o contribuinte brasileiro fica tentado a proteger os bolsos. Quando a crítica à PF vem na mesma entrevista em que Lira informa que Lula vai mesmo entregar a Caixa Econômica Federal ao centrão de porteira fechada, fica ainda mais evidente que o Tesouro Nacional está em apuros.

Além da presidência da Caixa, a ser ocupada pelo PP de Lira, a Caixa dispõe de 12 vice-presidências, que serão rateadas entre as outras legendas do centrão. Lira declarou na entrevista à Folha as indicações políticas para o banco estatal "não devem ser criminalizadas". Há seis anos, numa dessas operações que Lira chama de "excessivas", a Polícia Federal investigou uma quadrilha de políticos e agentes públicos acusados de arrecadar propinas na Caixa.

Operação desencadeada pela Polícia Federal em 13 de janeiro deste ano para investigar uma quadrilha, que incluía políticos e outros agentes públicos, que arrecadava propinas na Caixa Econômica Federal. Descobriu-se que Geddel Vieira Lima guardava num apartamento em Salvador R$ 51 milhões. Numa antiga gestão petista, Dilma Rousseff já havia loteado politicamente a Caixa. Geddel foi guindado ao posto de vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição. Ali permaneceu de 2011 até 2013. Saiu quando bem quis.

Noutros tempos, quando se falava sobre bancos e assaltos, dava-se de barato que a coisa acontecia de fora pra dentro. Entregar a Caixa Econômica ao centrão é uma nova modalidade de roubo a banco. A diferença é que o assalto ocorre de dentro para fora.

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