segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Centrão tornou indefeso até o orçamento da pasta da Defesa



O dinheiro do contribuinte continua saindo pelo ladrão porque os ladrões não param de entrar no Orçamento. Na gestão Bolsonaro, até o Ministério da Defesa revelou-se indefeso. Sob a camuflagem militar, cerca de R$ 1 bilhão em verbas públicas foram distribuídos a 23 parlamentares na forma de orçamento secreto. Uma evidência de que as "minhas Forças Armadas" de que falava Bolsonaro degradaram-se a ponto de servir de fachada para o escoamento das emendas enfiadas no Orçamento federal pelo centrão.

Nessa modalidade secreta, o pagamento de emendas parlamentares não costuma resultar em honestidade. O Orçamento sigiloso produziu apenas dois tipos de gastos: os que já viraram escândalo e os que ainda não foram investigados, como o caso do aparelhamento político de rubricas orçamentárias da Defesa. O Orçamento da Defesa abriu-se para o centrão quando chefiava o ministério o general Braga Netto, um das fardas mais sub-investigadas da República.

Durante a Presidência de Bolsonaro, os comandos militares desgovernaram a Saúde, fabricaram cloroquina, avalizaram o afrouxamento do controle de armas e negligenciaram o avanço da criminalidade nas fronteiras amazônicas. As Forças Armadas afiançaram o sequestro ideológico do 7 de Setembro, desfilaram tanques na frente do Planalto, assistiram impassíveis à troca de comandantes incomodados por outros que mergulharam a farda no lodaçal da campanha de desqualificação do sistema eleitoral.

De resto, os quarteis confraternizaram com acampamentos que pediam golpe nos seus portões, num movimento que desaguou no quebra-quebra de 8 de janeiro. Nesse contexto, a terceirização de parte do orçamento da Defesa ao centrão é apenas mais um detrito no monturo que reclama investigação.

A chance de realizaçao de apuração séria é pequena, pois o senador Davi Alcolumbre, idealizador e um dos maiores beneficiários do rateio secreto da Defesa, deslizou suavemente do bolsonarismo para a base de sustentação congressual de Lula. Ele agora indica para o primeiro escalão do governo personagens precários como Juscelino Filho, o ministro manga-larga das Comunicações. Nesta semana, Alcolumbre integra a comitiva de Lula na ONU.



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