sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Com delação, Mauro Cid priva Bolsonaro de terceirizar culpa



Se o Brasil sempre estará “acima de tudo” e só abaixo de Deus, os bolsonaristas perderam a primeira oportunidade de provar que é sincero seu amor à Pátria, e logo no dia em que se celebrou mais um aniversário da independência do país.

Sumiram das ruas no 7 de setembro. Por que sumiram? Por que faltaram ao desfile cívico-militar se os superiores interesses da Nação independem de querelas políticas? Só por que seu líder máximo também sumiu e recomendou que ficassem em casa?

A resposta é simples: porque Bolsonaro e seus devotos sempre viram o 7 de setembro como a antessala do tão sonhado golpe que fracassou. Um golpe que era para ter sido dado no 7 de setembro de 2021, com a concordância dos comandantes militares.

Não houve golpe porque o Supremo Tribunal Federal ameaçou pôr a boca no trombone e denunciar a trama. Um golpe remarcado para dezembro, de modo a evitar a posse de Lula, o presidente eleito. Não houve golpe porque os militares se dividiram.

Um golpe que foi tentado amadoramente no 8 de janeiro e que por algumas horas consumou-se com a ocupação das sedes dos três Poderes da República. O golpe de 6 de janeiro de 2020 nos Estados Unidos de Trump resultou apenas na ocupação do Congresso.

Bolsonaro e os bolsonaristas pensaram em cavalgar os militares, que por quatro anos se deixaram cavalgar; queriam dar um fim à democracia. Caíram do cavalo. Sem eira nem beira, choram as pitangas à espera do surgimento de um novo e ensandecido líder.

Quanto ao verde e amarelo, está sendo devolvido aos seus verdadeiros donos.

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