quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Os capítulos brasileiros da História Universal da Infâmia


Augusto Nunes


Se os autores tiverem tempo e ânimo para desprezar também os coadjuvantes da Era da Mediocridade, Márcio Thomaz Bastos, Tarso Genro e José Eduardo Cardozo não escaparão de um punhado de parágrafos nos livros que vão contar a verdade sobre o Brasil deste começo de século.

Os três foram ministros da Justiça. Os três subordinaram o mais antigo dos ministérios aos interesses eleitoreiros do PT e às conveniências político-policiais do governo. Os três protagonizaram episódios que ampliaram o capítulo brasileiro da história universal da infâmia.

Em julho de 2005, Márcio Thomaz Bastos foi escalado por Lula para garantir a impunidade dos quadrilheiros do mensalão. Nos sete anos seguintes, acumulou as funções de roteirista, diretor e, eventualmente, astro convidado do espetáculo do cinismo que vai terminar com um final exemplarmente infeliz para o elenco de canastrões bandidos.

Por decisão do Supremo Tribunal Federal, o último capítulo da farsa concebida por Márcio será encenado na cadeia.

Em agosto de 2007, quando tentavam alcançar a Alemanha e a liberdade depois de terem escapado do alojamento dos atletas cubanos que participavam dos Jogos Panamericanos do Rio, os pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux souberam que o ministro da Justiça do Brasil obedece a Fidel Castro.

Reduzido a capitão-do-mato do ditador-de-Adidas, Tarso Genro devolveu à ilha-presídio, a bordo de um avião militar venezuelano, os dois fugitivos capturados pela Polícia Federal.

“Eles quiseram voltar”, recitou o ministro. A mentira foi implodida pela segunda e bem sucedida fuga dos pugilistas, que hoje moram e lutam nos Estados Unidos.

Mas Tarso Genro não tem cura. Três anos depois da deportação dos dois cubanos, o companheiro gaúcho impediu que o terrorista em recesso Cesare Battisti fosse extraditado para a Itália e ali cumprisse a pena de prisão perpétua aplicada ao matador de quatro “inimigos do proletariado”.

Tarso promoveu Battisti a “asilado político”, rasgou o tratado subscrito pelos dois países e luta para premiar o amigo homicida com a cidadania brasileira.

José Eduardo Cardozo está à altura dos antecessores, vem reiterando o desempenho do porquinho de Dilma que sobrou depois que Antonio Palocci reafirmou que é um caso sem remédio e José Eduardo Dutra tornou-se um caso clínico.

Surpreendido pelos estrondos da Operação Porto Seguro, o ministro da Justiça foi encarregado pela chefe de provar que Lula conhece só de vista a comandante do escritório da Presidência em São Paulo ─ que não passa de uma funcionária mequetrefe.

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