quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Além de lubrificar os olhos, piscar tem função neurológica


Piscadela

O ser humano pisca os olhos, em média, de 15 a 20 vezes por minuto. Enquanto sabemos que o piscar de olhos serve para lubrificar a córnea, os flashes aparentemente espontâneos ocorrem com frequência maior que o necessário para o processo de lubrificação ocular. A questão é: por que piscar tantas vezes "desnecessariamente" se isso custa 400 milissegundos de tempo de visual a cada piscada, o que corresponde a 10% do tempo que as pessoas gastam vendo as coisas?

Cientistas do Japão se interessaram pelo assunto e publicaram naProceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), nesta segunda-feira (24), uma pesquisa que sugere um novo propósito para o piscar dos olhos: a liberação da atenção sobre algo e a preparação da mente para uma nova tarefa. Para a realização da pesquisa, 20 voluntários entre 20 e 24 anos sem distúrbios neurológicos foram submetidos à exibição de episódios da série Mr. Bean, enquanto ligados a um aparelho de ressonância magnética.

Estudos anteriores feitos pelos mesmos pesquisadores mostraram que os piscares ficam sincronizados enquanto as pessoas assistem a esses vídeos, o que seria um bom motivo para continuar a pesquisa. Para eles, estava claro que havia motivos neurológicos para a quantidade de piscadas. Durante a análise, os participantes piscaram em média 17,4 vezes por minuto. Mas, enquanto o piscar ocorria, não foram observadas atividades em duas áreas do cérebro responsáveis pela atenção.

O que foi notado foram picos de atividade mental em áreas relacionadas a uma parte do cérebro que permite ao ser humano entrar em uma espécie de marcha lenta, ou repouso acordado, em oposição à atenção focada. Foi notada ainda a diminuição da atividade na área do cérebro que ajuda a saber onde concentrar a atenção.

Os pesquisadores acreditam que o olho pisca, então, como uma maneira de de fazer uma pausa rápida antes de renovar a atenção, o que tende a ocorrer em momentos de transição lógica, como final de cena ou no fim de uma frase, por exemplo.

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