quinta-feira, 24 de junho de 2010

Avatar de Belo Monte

Miriam Leitão

O presidente Lula simplifica propositadamente a questão de Belo Monte. Homem inteligente que é, sabe que o que sustenta a barragem de dúvidas sobre a usina não tem a ver com a vinda de um "cineasta gringo".

Simplificações são ótimas em épocas eleitorais, mas a verdade é que a usina está sendo tocada sem quaisquer dos cuidados ambientais, fiscais, econômicos necessários.

Na democracia, é preciso convencer a opinião pública. Belo Monte está sendo empurrada de forma autoritária ao país, numa pressa desprovida de sentido, exceto o agrado às empreiteiras que vivem de fazer barragens.

Curioso é que até elas não querem entrar no negócio em si. Preferem ficar de fora, como prestadoras de serviço.

Uma conversa sincera com qualquer uma delas mostrará que o empreendimento não foi devidamente precificado. O modelo de "modicidade tarifária" inventado pela então ministra das Minas e Energia Dilma Rousseff está fazendo água. Cria ficções. Está apenas mudando o público pagante.

Se a energia de Belo Monte for vendida por aquele preço, o consumidor teria supostamente uma vantagem, mas o contribuinte estará pagando a festa. Ou seja, o que não sair de um bolso dos brasileiros sairá do outro bolso.

Nenhum comentário: