Durante cinco anos, o jornalista Ivo Patarra recolheu e editou o material produzido durante os 403 dias do escândalo do mensalão. O resultado da pesquisa está no livro "O Chefe", uma publicação independente.
Patarra é ex-petista, foi assessor de comunicação social da ex-prefeita Luiza Erundina (gestão 1989-1992), também ex-petista. Trabalhou nos jornais Folha, "Folha da Tarde", "Diário Popular" e "Jornal da Tarde".
Em entrevista exclusiva para a Livraria da Folha, o autor diz ter se decepcionado com o partido após os escândalos de corrupção, pois o PT prometeu por 20 anos fazer política com honestidade. O partido acabou protagonizando "o maior escândalo de corrupção que se tem notícia no Brasil em todos os tempos", afirmou.
O volume sintetiza o trabalho desenvolvido pelo Ministério Público, Polícia Federal, Comissões Parlamentares de Inquérito, Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União, Tribunal Superior Eleitoral e apurações realizadas pela imprensa nacional.
Na segunda parte da entrevista, Patarra revelou qual foi o momento que mais o chocou durante as investigações.
Para o autor, o fato de as acusações terem iniciado por uma divergência de interesses entre os envolvidos é um evento raro e crucial para história, devido a sua característica incomum.
O livro também aborda o caso Celso Daniel, prefeito de Santo André assassinado em 2002, o pedido de prisão de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, e o medo do impeachment.
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