quinta-feira, 26 de abril de 2012

Suprema saia justa



Araju Sepete Guarani foi retirado à força pelos seguranças do Supremo Tribunal Federal na tarde desta quinta-feira (26), ao protestar pelo direito de cotas para indígenas em universidades, em julgamento pela Corte.  (Foto: Andre Dusek/Agência Estado)

Em sua segunda sessão à frente do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, o ministro Carlos Ayres Britto teve de enfrentar uma tremenda saia justa. Durante a discussão sobre cotas raciais no ensino superior, o julgamento teve de ser interrompido por causa da reação da plateia – fato raríssimo na Suprema Corte.

Logo no início da sessão, durante a leitura do voto do ministro Luiz Fux, o índio guarani Araju Sepeti, que acompanhava a sessão, começou a protestar, interrompendo o magistrado pelo menos três vezes. Ayres Britto bem que tentou intervir: pediu para que o manifestante se acalmasse e não atrapalhasse mais o julgamento. “Se prosseguir, vou mandar o senhor ser retirado”, disse o presidente.

A estratégia não deu certo. Ayres Britto precisou suspender a sessão, que só foi retomada depois que o índio foi carregado por seguranças para fora do plenário. Ele saiu gritando e pedindo socorro. “Racistas! Vocês não respeitam a Constituição”, disse aos seguranças. Protestou porque os ministros não citaram a possibilidade de cotas para índios durante o julgamento.

Um comentário:

Miriaklos disse...

Fez muito bem o Araju Sapeti, pois não se pode privilegiar um grupo. Tem que se privilegiar os gays, os amarelos, os índios, os catete-a-quatro. Onde o surpremo (?) colocou o principio da isonomia ?