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O PMDB quer ser tutor da CPI do Cachoeira e assim negociar com o Planalto os
rumos da investigação sobre as ligações políticas do contraventor Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
A ideia é mostrar que a CPI é uma "invenção do PT" e que, uma vez instalada,
vai acabar respingando no governo de Dilma Rousseff por culpa do voluntarismo de
seu próprio partido.
Detentor da presidência da CPI, por ser o maior partido no Senado, o PMDB vai
esperar para ver o PT chegar ao auge do desgaste com a presidente, para assim
aparecer como o "salvador da Pátria". "Essa pode ser a CPI mais sangrenta da
História", disse o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
"Nós não queríamos a CPI. O PT insistiu em fazê-la. Tudo poderia ter sido
resolvido pelas investigações da Polícia Federal e Ministério Público", afirmou
Raupp.
O PMDB manteve a cautela enquanto petistas e oposição iam atrás das
assinaturas. "Não há mais como deixar de assinar a CPI. Mas temos a consciência
de que o PMDB não é um partido com vocação para pitbull. Não temos essa espécie
na nossa bancada", disse o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do
Senado, Eunício Oliveira (CE). Ele avisou ainda aos petistas: "Não botem no colo
do PMDB um problema que não é dele".
Antes de liberar a assinatura de parlamentares a favor da CPI, o PMDB buscou
orientação do Planalto sobre a investigação. O líder no Senado, Renan Calheiros
(AL), perguntou ao líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), qual era a ordem.
Braga respondeu: "Não tenho nenhuma orientação".
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