Após terem se reunido, no fim do ano passado, para discutir o problema da
corrupção no País, um grupo de mulheres paulistanas voltou a se encontrar nessa
quinta-feira, 25, para outro ato de protesto: pedir que o Supremo Tribunal
Federal (STF) julgue neste semestre o processo do mensalão.
Lideradas pela psicanalista lacaniana Maria Cecília Parasmo, nove
representantes da sociedade civil passaram a tarde dessa quinta em um prédio nos
Jardins, bairro nobre da capital, debatendo o assunto.
"Nós temos que sair, gritar, berrar: 'Ministro (Ricardo) Lewandowski, ponha a
mão na consciência e devolva o processo para que seja colocado em julgamento'",
bradou Sileni Rolla, do Movimento Mulheres da Verdade. Ricardo Lewandowski, do
STF, é o revisor do processo e deve liberar seu voto para que o caso possa ser
julgado.
Para dar consistência à manifestação, o grupo - batizado de "Ação pela
Cidadania" - tentou, sem sucesso, falar com dois ministros do STF pelo telefone:
o novo presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, e Joaquim Barbosa.
Enquanto o grupo deixava recados a assessores e secretárias dos gabinetes, os
ministros estavam no plenário para julgar a questão das cotas raciais nas
universidades.
As mulheres, no entanto, não se abalaram e prometeram uma ida à Brasília para
tentar uma audiência com os membros da Corte. "Já temos umas 15 pessoas
dispostas a ir", disse a advogada Raquel Alessandri. "Já imaginou? Vai ser o
povo tomando Brasília."
A proposta do grupo é a de que o dinheiro público supostamente desviado pelo
mensalão, se recuperado, seja usado em obras sociais, como creches e hospitais.
Ampulheta. Com a mesma intenção de pressionar o STF, um grupo criado pelo
Facebook tentou entregar ontem uma ampulheta a Lewandowski. O objeto foi
escolhido para representar a passagem do tempo. Segundo eles, o ministro
cancelou a audiência agendada há mais de um mês.
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