Estadão
Autor do requerimento de criação de uma CPI para investigar a ligação de
políticos com Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais
no País, o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi flagrado em pelo menos
seis conversas suspeitas com um dos mais atuantes integrantes do esquema do
bicheiro goiano: Idalberto Matias Araújo, o Dadá.
Os grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelam a proximidade
do parlamentar com um possível alvo da CPI que deverá ser instalada no Congresso
Nacional.
Espécie de faz-tudo do esquema e conhecido araponga de dossiês políticos,
Dadá esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha e, nas conversas,
recebe orientações do ex-delegado sobre como agir para embaraçar a investigação
aberta pela corregedoria da PF sobre desvios no comando da operação que culminou
com a prisão do banqueiro Daniel Dantas - a Satiagraha.
A ligação de Protógenes com Dadá permite questionamentos sobre sua autoridade
para integrar a CPI. Os diálogos revelam o empenho do deputado, delegado
licenciado da PF, em orientar Dadá na investigação aberta contra ele próprio, no
ano passado.
Numa das conversas, Protógenes lembra ao araponga para só falar em juízo. "E
aí, é aquela orientação, entendeu?, diz ele, antes do depoimento de Dadá. As
ligações foram feitas para o celular do deputado. Fica evidente a preocupação de
Protógenes em não ser visto ao lado de Dadá. Eles sempre combinam encontros em
locais distantes do hotel onde mora o deputado, como postos de gasolina e
aeroportos.
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