A disputa por um bolo bilionário promete pôr as centrais sindicais em rota de colisão. Sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) vão nesta sexta-feira à Avenida Paulista ouvir a opinião dos trabalhadores sobre o imposto sindical.
A ação é parte da campanha que a maior central sindical do país — com cerca
de 22 milhões de filiados em 2.191 sindicatos — lançou no fim do mês passado
para defender o fim do recolhimento do tributo.
Ele é descontado todos os anos (sempre em março) dos salários dos contratados
pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), independentemente de o
trabalhador ser associado ou não ao sindicato da categoria, e equivale a um dia
de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho, no ano passado essa mordida
compulsória chegou a R$ 2,4 bilhões.
A Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que representam
juntas cerca de 18,5 milhões de sindicalizados, já se manifestaram contra a
proposta da CUT, com o argumento de que o fim do desconto compulsório do tributo
enfraqueceria os sindicatos e só interessaria às empresas.
— A campanha da CUT parece uma campanha patronal para enfraquecer os
sindicatos. É óbvio que se eu perguntar ao trabalhador se ele preferiria não
pagar o imposto sindical ele vai responder que sim — disse o secretário-geral da
Força Sindical, João Carlos Gonçalves.
A CUT se defende ainda das acusações que a defesa dessa proposta, neste
momento, seja oportunista.
— Desde que foi criada, a CUT defende a autonomia e a liberdade sindical, que
vão contra a existência de um imposto sindical que liga os sindicatos ao
governo. Somos a favor que os trabalhadores votem a remuneração dos sindicatos
em assembleia — disse Artur Henrique, presidente da CUT.
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