O ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica está por trás dos mais
recentes escândalos da República. Saiba quem o contratou, quais são seus
operadores na polícia e no Ministério Público e como funciona o esquema do
araponga
Claudio Dantas Sequeira, ISTOÉ
Em meio aos efeitos devastadores da Operação Monte Carlo, que prendeu o
bicheiro Carlinhos Cachoeira, arrastou para a lama o senador Demóstenes Torres e
lança suspeita sobre dois governos estaduais e a empreiteira Delta, líder em
contratos públicos, um personagem saiu da sombra: o espião Idalberto Matias de
Araújo.
Conhecido como Dadá, ele tem 51 anos, é ex-sargento da Aeronáutica e está
preso em uma unidade militar do Distrito Federal. Dadá é apontado pela Polícia
Federal como o principal articulador de uma ampla rede de gravações clandestinas
que vem assombrando Brasília há pelo menos uma década.
Documentos e gravações telefônicas já analisados por delegados que estão à
frente da Operação Monte Carlo indicam que as ações de Dadá extrapolam em muito
os limites do esquema montado por Cachoeira e não têm coloração partidária ou
ideológica.
ISTOÉ obteve, com exclusividade, documentos sigilosos sobre o araponga e
conversou com amigos dele, ex-colegas de farda e do submundo da espionagem.
Em seu histórico de serviços oficiais prestados ao Estado durante três
décadas, Dadá acumulou prestígio invejável dentro da comunidade de informações e
fez amigos, muitos amigos, entre políticos, empresários, policiais, promotores e
procuradores.
Quando deixou de trabalhar para o Estado, Dadá se valeu dos antigos
relacionamentos para fins particulares e se tornou o araponga que mais atemoriza
os poderosos de plantão. De acordo com a Polícia Federal, Dadá montou o maior
esquema de espionagem da história recente do País.
Trabalhando na sombra, ele serviu e ajudou a derrubar políticos influentes,
como o ex-ministro José Dirceu, por exemplo.
Teve participação ativa na gravação que revelou um esquema de corrupção e
loteamento político nos Correios que levou ao escândalo do Mensalão e influiu na
celebração de contratos públicos em diversos setores.
Leia a íntegra em Dadá e o submundo dos grampos
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