Apesar da fala grossa dos líderes partidários em defesa da criação de uma CPI mista para investigar as relações de Carlinhos Cachoeira com a República, nem todos estão à vontade com a proposta na base aliada. Um graúdo senador peemedebista, que já frequentava os corredores palacianos em junho de 2005, quando a CPMI dos Correios foi criada, lembra que a investigação nasceu sob as mesmas condições: denúncias na mídia e pressão nos partidos.
Na época, o Planalto trabalhou contra a criação da comissão, mas não conseguiu segurar a base governista e o estrago (para o bem da sociedade) se fez: a CPI para investigar propina nos Correios transformou-se na “CPI do fim do mundo” e dela afloraram o mensalão e os mensaleiros. Agora, a história se repete, mas com o Planalto ainda sem saber o que fazer diante do caso Cachoeira.
Enquanto Walter Pinheiro diz ter a unanimidade petista ao seu lado na criação da comissão no Senado, Eduardo Braga avisa que o governo permanece “neutro”. Se a CPI do Cachoeira será outro “fim do mundo” no Congresso só o tempo irá dizer, mas o mesmo peemedebista graúdo resume:
– É muito estranho. Em todos esses anos de Congresso, é a primeira vez na minha vida que vejo um governo defender uma CPI.
A propósito da CPI mista do Cachoeira no Congresso, líderes partidários do Senado diziam abertamente ontem que a comissão só será criada se o STF insistir em vetar o acesso dos parlamentares ao inquérito da Operação Monte Carlo. Como diz Alvaro Dias, está mais do que evidente que não há no Congresso a disposição para investigar o que quer que seja. O que existe entre os partidos é a disposição de “acabar com vazamentos seletivos” e descobrir até aonde vão os laços de Cachoeira no Executivo e no Judiciário. Resume Dias:
- O que tinha de prova contra congressista já saiu. O que queremos agora é ver até aonde o Cachoeira chega no Executivo e no Judiciário.
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