domingo, 22 de abril de 2012

Em Pernambuco, juíza pede ajuda para não morrer


O Globo


Magistrada diz que PMs encarregados de sua proteção tentaram assassiná-la

Às voltas com a tramitação de 3.400 processos no fórum da cidade sertaneja de São José do Belmonte — no qual, na última quinta-feira, faltava até água nas torneiras —, a juíza Fabíola Michele Muniz Mendes de Moura enfrenta outro problema na justiça: quer provar que realmente foi vítima de tentativa de homicídio por parte de três policiais militares que faziam sua própria segurança. Dois deles foram escalados para protegê-la mesmo tendo integrado um grupo de 19 PMs que respondem por crime de tortura em processo à época sob responsabilidade da juíza.

O inquérito contra os PMs foi arquivado, mas ela não se conformou. Diz que muita coisa está sem explicação e afirma que ainda corre risco.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco, porém, não concorda: não só lhe negou escolta como já quis aposentá-la, apesar da pouca idade: 35 anos. E tentou provar sua insanidade mental, submetendo-a a dois exames médicos. Mas os resultados mostraram que Fabíola está apta para exercer suas funções.

Até 2011, ela respondia pelo fórum de Tabira, a 405 quilômetros de Recife, no sertão do Pajeú. Lá, diz Fabíola, há muitos assassinatos que indicam a ação de grupos de extermínio. Na comarca, ela diz que recebia recados como: “diga à juíza que quem manda na cidade somos nós”.

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