O Globo
Sob a ameaça de consecutivas greves de policiais militares, a Câmara dos
Deputados sofre pressão para votar o piso nacional da categoria (PEC 300), sem
sequer conhecer com rigor o limite de cada estado para reajustar o salário da
tropa.
A maioria dos governos estaduais ainda não foi consultada nem enviou ao
Legislativo a contabilidade do impacto financeiro.
No fim de 2011, a União calculou um impacto de R$ 46 bilhões, dos quais R$ 12
bilhões seriam bancados por um fundo custeado pelo governo federal.
O Palácio do Planalto ainda não propôs alternativa à guerra de números
patrocinada por parlamentares, favoráveis à proposta, e governadores, que
rejeitam com veemência a aprovação do piso.
A redação da lei complementar, que circula no Congresso e seria votada a
reboque da Emenda Constitucional, propõe piso de R$ 3.500. Levantamento feito
pelo GLOBO, no entanto, mostra que nenhum estado paga hoje esse valor, à exceção
do Distrito Federal, que remunera a polícia com dinheiro da União.
A Comissão criada na Câmara para tratar da PEC 300 sustenta que já enviou
três ofícios aos estados para que indiquem seu limite financeiro, porém apenas
oito teriam apresentado seus os números. Já o Conselho Nacional de Secretários
de Administração (Consad) acusa os deputados de terem votado a PEC 300, em
primeiro turno, só com o objetivo de semear votos nas eleições de 2010.
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