segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Ministro da Saúde contesta dados da ONU sobre abortos no Brasil


O Globo


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, contestou informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas segundo as quais 200 mil mulheres morrem anualmente no Brasil por causa de abortos de risco. Ele acredita que pode ter havido confusão com outro dado, já que cerca de 200 mil mulheres se submetem a curetagens por ano no Brasil, procedimento muito utilizado após o processo abortivo.

A ONU cobrou posição do governo brasileiro durante a 51ª sessão do Comitê Para a Eliminação de Discriminação Contra as Mulheres, que ocorreu essa semana em Genebra, quando a perita suíça Patrícia Schulz pediu esclarecimentos ao governo brasileiro, sem poupar críticas. "O que vocês vão fazer com esse problema politico enorme que têm"?

Padilha se disse surpreso com os números divulgados pela ONU:

- Primeiro que desconheço esse número de 200 mil mortes por ano decorrentes de aborto. Vi esse número apenas no jornal, e precisamos de mais detalhes a respeito desses dados. Temos cerca de mil e oitocentos óbitos por mortalidade materna. E todas em idade fértil são investigadas sobre a mortalidade materna. Então, volto a lembrar: o que nós temos são 200 mil procedimentos de curategem no sistema público de saúde e não necessariamente mortes por causa disso - afirmou.

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