O que começou pequeno, com o Bloco da Mentira, foi ganhando
corpo até se transformar na Escola de Samba Unidos da Desfaçatez. Na passarela
de Genebra, no fim de semana, a nova ministra da Secretaria de Políticas para as
Mulheres se submeteu aos jurados peritos da ONU. Ouviu horrores da comissão de
frente. De nada adianta se fantasiar de ovelha se quando abre a boca mostra as
presas de lobo.
Assim como a presidente Dilma Rousseff foi destaque como carola na busca por
votos, Eleonora Menicucci forjou-se burocrata diante dos especialistas e disse
que o problema não era do Executivo – já mandou as mais absurdas Medidas
Provisórias para o Congresso, causaria espanto mínimo se fizesse a MP do
Citotec.
Pouco interessa se com terço ou planilha na mão, o governo simplesmente não
se importa com as mulheres ou seus filhos, mas com a repercussão nas
manchetes.
Mesmo impelida pela opinião pública a encampar a defesa da vida, é
sacrificante para a ministra negar uma militância de décadas pró-aborto.
Desnecessário e soaria falso, pois a ala das baianas inteira acha que ela
atravessa o samba ao violar seus princípios, mesmo que o País os considere o
fim.
Na ONU, foram duros os questionamentos sobre o que a União faz para evitar a
morte de 200 mil mulheres por ano em decorrência do aborto. Isso mesmo: 200 mil!
Com 1 milhão de abortos, o viés fatal estaria na criminalização.
Como Menicucci realmente confia nesses dados, garantiu na véspera da reunião
que continua abortista. Se as informações estão corretas, como o grupo da
presidente permitiu, nos últimos 110 meses, o óbito de quase 2 milhões de
mulheres?
Se todos os bebês tivessem nascido e nenhuma mãe morrido ao interromper a
gravidez, o Brasil teria 11 milhões de habitantes a mais, considerando-se apenas
o período petista.
Se ninguém está mentindo, alguém está se omitindo. Menicucci, para usar uma
expressão sua, não “expressou suas convicções pessoais”, pois por ela a política
de estado seria legalizar a matança.
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