quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Se as gangues do bumbo escaparem do castigo...




A Polícia Militar deveria ter agido com muito mais rigor contra os bandidos que recorreram à violência para interromper a apuração do desfile das escolas de samba de São Paulo. A prefeitura deveria ter sido menos irresponsável: a presença de torcedores só pode ser permitida se existe um esquema de segurança adequado.

Além de poucos, os PMs estavam claramente inibidos por coberturas recentes da imprensa que qualifica de “repressão policial” qualquer ação empreendida por uma instituição indispensável à defesa da democracia.

Bom saber que alguns delinquentes já tiveram de explicar-se na delegacia. É pouco. É preciso identificar e punir todos os atores do espetáculo do primitivismo, escurecido por cenas explícitas de roubo, furto, agressão física e incêndio criminoso. É preciso enquadrar, além das gangues organizadas, também os cartolas do bumbo e da cuíca que estimularam a ofensiva das boçais e castigar as escolas de samba que dirigem.

Aparentemente brando, o castigo mais urgente é o mais doloroso: deve ser considerado válido o resultado a que se chegou até o momento da interrupção da contagem dos votos ─ e liberar para o desfile das campeãs apenas as que não se envolveram na explosão de violência.

Está mais que na hora de transferir para a cadeia a bandidagem que rebola na avenida, berra na arquibancada e, agora, só aceita a vitória. Caso a impunidade prevaleça, o País do Carnaval ficará ainda mais parecido com o outro.

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