sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Eduardo Suplicy, um inútil que o cidadão paulista deve extirpar da política



As duas morais de Eduardo Suplicy: a de homem justo e a de petista

O senador Eduardo Suplicy é um homem justo. Por isso ele fez um longo discurso, nesta sexta, no Senado, sobre a desocupação do Pinheirinho, reproduzindo acusações de violência feitas por militantes políticos, muito especialmente os de seu partido.

O senador Eduardo Suplicy é um petista. Por isso ele se calou sobre a desocupação de uma área invadida em Brasiléia, no Acre, no ano passado, que deixou um índio cego e, segundo uma das moradoras da área, levou-a ao aborto.

O senador Eduardo Suplicy é um homem justo. Por isso ele pediu que o juiz que garantiu a reintegração de posse do Pinheirinho seja investigado pelo Conselho Nacional de Justiça.

O senador Eduardo Suplicy é um petista. Por isso ele não entendeu ainda qual é a função do Conselho Nacional de Justiça.

O senador Eduardo Suplicy é um homem justo. Por isso ele leu o relato do que chama de “vítimas do Pinheirinho”, feito, inclusive, por gente ligada a seu partido.

O senador Eduardo Suplicy é um petista. Por isso ele ignorou um estudante, uma cozinheira e um índio, que ficaram cegos de um olho em confrontos com as PMs, respectivamente, do Piauí, da Bahia e do Acre. Em dois dos estados (BA e AC), os petistas são governo; no PI, têm a vice-governança.

O senador Eduardo Suplicy é um homem justo. Por isso ele se preocupa com a desocupação ocorrida no Estado de São Paulo, determinada pela Justiça, governado pelo PSDB.

O senador Eduardo Suplicy é um petista. Por isso ele se calou sobre uma reintegração de posse ocorrida na semana passada no Distrito Federal, com o apoio de forças policiais do DF e da União. Eram terras púbicas, não privadas.

O senador Eduardo Suplicy é um homem justo. Por isso ele se preocupa com o que considera excessivo uso da força da Polícia de São Paulo, estado que está em penúltimo lugar no ranking dos homicídios — a capital é aquela em que menos se mata.

O senador Eduardo Suplicy é um petista. Por isso ele se calou sobre nada menos de 17 assassinatos ocorridos nesta madrugada em Salvador, entre 1h e 6h45 da manhã. A Bahia é hoje, sob a gestão petista, um dos estados mais violentos do país. O índice de homicídios, na gestão petista, cresceu mais de 60%. Enquanto se desenhava uma greve da PM, o governador Jaques Wagner, do mesmo partido do senador justo, foi fazer turismo ideológico em Cuba.

O senador Eduardo Suplicy, em suma, como um petista típico, tem duas morais: a que usa para julgar os adversários e a que usa para proteger os companheiros. Uma das diferenças entre Pinheirinho e Brasiléia, dentre muitas, é que todas as denúncias feitas sobre a desocupação em São Paulo estão sendo apuradas. Já a desocupação do Acre sumiu do noticiário, e as vítimas não tiveram nem como fazer Boletim de Ocorrência.
O senador Suplicy, como homem justo e como petista — logo, como “petista justo” (???) — ainda se sai melhor defendendo gente como Cesare Battisti e seqüestradores de empresários. Nesse caso, aquelas suas duas condições se casam perfeitamente. Esse ainda é o seu maior feito como representante de São Paulo no Senado.

Por Reinaldo Azevedo

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