O Globo
Vinte anos depois das negociações que levaram à compra da TV Record pela
Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), a Polícia Federal encaminhou esta
semana à Justiça Federal e ao Ministério Público federal relatório no qual
aponta para indícios de ilegalidade na aquisição da emissora, com a prática de
suposto crime de lavagem de dinheiro envolvendo 14 pessoas.
O inquérito do caso tem três volumes, ninguém indiciado, mas cita os nomes do
bispo Edir Macedo Bezerra; de Silvia Jane Hodgi Crivela, mulher do senador
Marcelo Crivela; do ex-deputado federal Odenir Laprovita Vieira; de Carlos
Alberto Rodrigues, o bispo Rodrigues; e do empresário Múcio Athaíde. É a última
fase da investigação.
Em nota, a advogada Denise Provasi Vaz, que defende a Iurd, informou que essa
investigação não envolve a igreja. Segundo ela, a legalidade da compra da Record
já foi comprovada. A advogada diz que não teve acesso ao relatório, mas ressalta
que a investigação ainda não foi encerrada.
Denise Vaz lembrou ainda que a venda da emissora já foi apurada em outro
inquérito da Polícia Federal, que, segundo ela, foi arquivado.
De acordo com o relatório, fiéis e frequentadores da Igreja, citados nas
investigações, teriam sido usados como “laranjas”, obtendo empréstimos
milionários usados na compra da rede de TV. Entre eles, há um pedreiro, um
comerciante, um farmacêutico e um militar da reserva.
Leia mais em PF: compra da Record pode ter sido irregular
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