O Globo
Após ter um requerimento de convocação para que falasse à CPI do Cachoeira
barrado pela tropa de choque governista, o ex-diretor-geral do Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, afirma
estar sofrendo perseguição de pessoas ligadas ao governo para que não fale à
comissão. Pagot, que afirmou estar disposto a ir à CPI, disse ao GLOBO que tem
enfrentado constrangimentos diários.
— Em todo lugar que eu desembarco tem gente me esperando para me constranger.
Até na empresa onde trabalho estão me perseguindo. A situação está muito ruim.
Deixei de frequentar meus amigos para não colocá-los em risco — afirma.
Pagot foi defenestrado da cúpula do Dnit em meados do ano passado após
denúncias de que o órgão havia montado um esquema de pagamento de propina para
os chefes do PR, partido ao qual era filiado, em troca de contratos para
obras.
O escândalo atingiu também o primeiro escalão do Ministério dos Transportes,
de onde o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) acabou apeado. Interceptações
telefônicas feitas com autorização da Justiça mostraram que o contraventor
Carlinhos Cachoeira comemorou a saída de Pagot do Dnit.
Segundo o ex-diretor, a quadrilha do bicheiro trabalhou pela sua queda por
supostamente não ceder a pressões para que favorecesse a empresa Delta em
contratos com o órgão.
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