domingo, 17 de junho de 2012

O plano para libertar Cachoeira falhou


Augusto Nunes

O penúltimo parágrafo do post que resumiu, nesta quinta-feira, a aula de ética ministrada pelo advogado Sobral Pinto em 1944 acionou o sinal amarelo: o desembargador Tourinho Neto, relator do pedido de habeas corpus impetrado por Márcio Thomaz Bastos em favor de Carlinhos Cachoeira, havia encampado sem ressalvas os argumentos e reivindicações do especialista em garantir a impunidade de clientes culpados.
“Tourinho votou pela soltura do meliante, preso desde 29 de fevereiro e considerou ilegal a escuta telefônica feita por agentes da Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo”, alertou o texto. “Falta apenas um voto para a consumação da ignomínia”.

O próprio Tourinho tratou de consumá-la parcialmente. Sem paciência para aguardar a manifestação dos dois desembargadores que completam a trinca incumbida pelo Tribunal Regional Federal de cuidar do caso, votou pela segunda vez a favor de Márcio, agora para aprovar um recurso apresentado pelo doutor em truques jurídicos.

O defensor de Cachoeira solicitou que fosse estendido ao chefe o habeas corpus concedido a um integrante da quadrilha. Muito justo, decidiu o desembargador, já assinando o alvará de soltura.

Restrita à Operação Monte Carlo, a indulgência de Tourinho tropeçou num segundo mandado de prisão preventiva expedido em decorrência de outra investigação conduzida pela Polícia Federal. Cachoeira vai passar pelo menos mais um fim de semana na cadeia.

Os dois desembargadores atropelados pelo relator deverão avalizar ou rejeitar, já na próxima semana, o parecer de Tourinho.

Se a imensidão de provas resultantes da escuta telefônica sumir pelo ralo da esperteza, será ratificada a constatação incluída no post: sempre que Márcio Thomaz Bastos ganha uma causa, a Justiça é derrotada.

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