segunda-feira, 18 de março de 2019

China é demonizada durante jantar, na presença de Bolsonaro



Mas o verdadeiramente constrangedor, estúpido, inaceitável mesmo, na tal Santa Ceia da Direita, foi o fato de as relações comerciais entre Brasil e China terem sido matéria de debate aberto à mesa. E sabem de quem os brasileiros tiveram de ouvir lições? De um delinquente intelectual como Steve Bannon, o guru do tal "Movimento", uma espécie de Internacional da extrema-direita que ele tenta, sem sucesso, criar mundo afora. Bannon teve o topete de falar sobre a necessidade de o Brasil diminuir a sua dependência da China, hoje o principal parceiro comercial brasileiro. Tereza Cristina, ministra da Agricultura, estava à mesa. Ela viaja em maio para aquele país para tentar desfazer impressão de que o Brasil está descontente com a parceria. Os chineses compram 35% do que produz o agronegócio brasileiro e respondem por mais de um terço do nosso superávit comercial. Não por acaso, estava presente o autointitulado filósofo e professor Olavo de Carvalho, que promove, à distância, o desastre em curso do Ministério da Educação. Ele é o autor das teses paranoicas de que a "China está comprando o Brasil, não do Brasil". Um assunto dessa importância, que diz respeito à inserção do país no mundo e às suas parcerias comerciais estratégicas, foi debatido por palpiteiros e arruaceiros de pretensões internacionalistas, como Bannon e Carvalho.

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