O ATO E O FATO

Brasilino Neto

Penso não haver nada mais importante no politico do que estar em sintonia com os anseios de seu povo, de modo que aplique todas suas forças para o bem estar coletivo. Para que isto se dê é imprescindível que seja correto em suas ações, de modo que sempre que lhe dirigir a palavra ou lhe impor uma ordem a faça com a certeza de estar agindo de forma que mais correta possa. 

Neste sentido vejo então a necessidade de que a presidente Dilma volte a formar uma rede nacional de rádio e televisão e explique ao seu povo o imbróglio quanto à redução dos valores dos gastos com energia elétrica e agora com a imposição que fará ao cidadão brasileiro de, mais uma vez pagar por aquilo que não fez. Como sempre ocorre.

Digo isto, pois há alguns dias a presidente Dilma num rompante de disfarçado patriotismo, de populismo desenfreado e deslavado, em rede nacional de rádio e televisão anunciou a redução de valores das contas de consumo de energia elétrica, o que em curto prazo derriçou os já combalidos cofres das companhias do ramo.

Nestas condições, para que se evitar um colapso iminente, viu-se obrigada a lavrar um plano de salvamento destas empresas, sob pena de graves consequências, nelas prevendo a injeção de 8 bilhões de reais.

A gravidade deste fato, no entanto, é que esta conta, mais uma vez, será suportada, se não toda, mais em grande parte pelos bolsos já surrupiados do povo brasileiro, e pelo que se prevê virá embutido em nossas contas de consumo de energia elétrica pelos próximos cinco anos (ou mais).

No ‘apagão’ passado já foi assim e agora mais uma vez assim será, e nós aqui “cordeiramente”, perdoe-me, errei, pois quis dizer “ordeiramente” aceitamos tudo, pois brasileiro não desiste nunca (de ser enganado).

O anuncio então feito em rede nacional nada mais foi que um ato de palanque e sem qualquer base econômica que lhe amparasse, e tanto isto é verdade que alguns meses após presta esse vultoso socorro às companhias de energia elétrica.

Assim, seguindo o pensamento inicial do texto, entendo que a presidente Dilma deve formar novamente uma rede nacional de rádio e televisão e, se conseguir explicar que o faça, mas se entender ser inexplicável, como realmente o é, que se desculpe com o povo brasileiro. 

É o mínimo que espero dela.