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O escândalo sexual envolvendo o ex-diretor do FMI (Fundo Monetário
Internacional) Dominique Strauss-Kahn possui contradições e pode sofrer uma
reviravolta devido à falta de credibilidade do depoimento da camareira do hotel
em Nova York que ele é acusado de atacar, informa o "New York Times".
Testes forenses haviam confirmado o encontro sexual entre o ex-diretor do FMI
e a autora da acusação. Promotores, porém, desconfiam do que a camareira relatou
sobre as circunstâncias do ato.
A Promotoria se reuniu hoje com os advogados de Strauss-Kahn e detalharam os
achados, para discutir a possível suspensão das acusações. Entre as descobertas
está a de que a camareira pode estar envolvida em crimes, incluindo tráfico de
drogas e lavagem de dinheiro.
Promotoria, defesa e juiz devem se encontrar nesta sexta-feira de manhã, em
Nova York, e há a possibilidade de que a fiança anteriormente imposta a
Strauss-Kahn de US$ 1 milhão seja atenuada.
As revelações marcam reviravolta no caso. Com a demissão do político, a
ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde, havia assumido o FMI na
terça-feira (28).
A Promotoria, que a princípio enfatizava a força do caso em mãos, deve dizer
hoje no tribunal que tem "problemas" com o caso, a partir das informações
recém-descobertas. Eles farão exposição das descobertas para a defesa.
De acordo com os oficiais ouvidos pelo jornal, a camareira havia conversado
por telefone com um homem encarcerado na época em que se encontrou com Strauss
Kahn. Ela discutiu com ele os possíveis benefícios de acusá-lo, e a conversa foi
gravada.
O homem em questão foi preso por carregar uma grande quantidade de maconha.
Ele faz, também, parte de um grupo de pessoas que realizou diversos depósitos na
conta da camareira, totalizando US$ 100 mil, durante os dois últimos anos. Ela
diz não saber do dinheiro.
Nas últimas semanas, os advogados do político já tinham deixado claro que
explorariam a credibilidade da mulher a favor do caso. Em 25 de maio, haviam
dito que tinham encontrado informações que poderiam "comprometer gravemente a
confiabilidade" da camareira.
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