O Estado de S.Paulo
Não há compromisso de gasto para UPAs, por exemplo; ministério diz que
viés orçamentário não comprova paralisia
O primeiro ano de mandato da presidente Dilma chegou à metade sem que
projetos destacados durante a campanha eleitoral tivessem saído do papel nesse
período.
As 500 novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), por exemplo, que deveriam
garantir atendimento médico 24 horas por dia à população, não registraram nem
compromisso de gasto, o chamado "empenho" de verbas, de acordo com documentos do
Tesouro Nacional.
Dilma ao lado de Lula na inauguração de uma UPAO Orçamento da União de 2011
autoriza gastos de R$ 212,5 milhões nas UPAs.
Na mesma situação estão outros projetos destacados na campanha, como a
implantação de postos de polícia comunitária. Seriam criados 2,8 mil postos
desse tipo durante o mandato, segundo a promessa eleitoral.
O dinheiro previsto para começar a construir 8 mil Unidades Básicas de Saúde
(UBSs) tampouco foi liberado. No Orçamento deste ano, as autorizações de gastos
para os dois projetos alcançaram R$ 350 milhões e R$ 480,2 milhões,
respectivamente.
As chamadas Praças do PAC, espaços integrados de esporte, cultura, lazer e
prestação de serviços públicos, encontram-se igualmente paradas, de acordo com
os registros do Tesouro. O início da instalação das Praças conta com R$ 170
milhões no Orçamento deste ano, dinheiro intocado até agora.
O Ministério do Planejamento contesta que os projetos estejam paralisados. "O
entendimento de que uma ação não saiu do papel porque sua execução orçamentária
está baixa ou zerada é uma avaliação limitada porque prioriza ou torna exclusivo
o viés da execução orçamentária", informou a assessoria da ministra Miriam
Belchior.
Em nota, a pasta informou que "as UPAS, UBS e Praças dos Esportes e da
Cultura estão em pleno cumprimento das etapas técnicas obrigatórias por lei, que
antecedem a obra física propriamente dita".
Segundo o Planejamento, o governo já lançou o processo de seleção para a
construção de 400 praças em 362 municípios. Também teriam sido contratadas 1.219
UBSs e outras 119 UPAs. Dados do Tesouro não registram contratação das obras.
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