O Globo
Em meio a denúncias de propinas e superfaturamento, o Ministério dos
Transportes também terá de responder pela qualidade das obras que executa. Cinco
portos fluviais no Amazonas - estado do ex-ministro Alfredo Nascimento -
apresentaram problemas e tiveram que ser refeitos ou consertados no último
ano.
Quatro dessas obras foram concluídas ano passado. Os gastos com os cinco
portos somam R$ 44 milhões, sendo R$ 33,6 milhões destinados à Eram - Estaleiro
do Rio Amazonas, classificada como inidônea no site do Departamento Nacional de
Infraestrutura dos Transportes (Dnit), envolvido nas denúncias de corrupção.
A assessoria de imprensa do Ministério dos Transportes argumentou que os
problemas nos portos deram-se, na maioria dos casos, porque as obras não
suportaram as cheias dos rios amazônicos e os sedimentos levados pelas
enchentes.
Inaugurado em março do ano passado por Dilma Rousseff, que era pré-candidata
à Presidência e ministra da Casa Civil, e o então ministro Alfredo Nascimento, o
porto de Humaitá teve sua estrutura naval desalinhada por causa de uma poita
(peso de ferro) de 28 toneladas que se deslocou antes mesmo de o empreendimento
ser entregue oficialmente à fiscalização da Companhia Docas do Maranhão
(Codomar) - responsável pelos portos fluviais em todo país.
Ou seja, Dilma e Nascimento inauguraram uma obra que ainda não podia ser
utilizada pelo público.
O valor da construção em Humaitá foi de R$ 12,8 milhões, e o responsável pelo
empreendimento foi a Eram.
A assessoria de imprensa do ministério informou que
ocorreu "acúmulo de troncos de árvores, vegetação e cipós, ocasionando esforço
acima do dimensionado", o que teria provocado o acidente. O projeto da obra,
pelo visto, não previu a força natural das águas do Rio Madeira.
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