Agência Brasil
O coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de
comandar sessões de torturas em que presos políticos morreram na ditadura
militar, não compareceu nesta quarta-feira à audiência em que foram ouvidas
testemunhas de acusação no processo movido pela família do jornalista Luiz
Eduardo Merlino, morto em 1971.
Merlino ficou preso por cinco dias nas dependências do Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI),
chefiado por Ustra à época.
Das cinco pessoas que estiveram no Forum João Mendes, em São Paulo, quatro o
acusaram de ser o responsável por atos de tortura, inclusive com informação de
que o coronel ordenou policiais para que passassem várias vezes com um caminhão
sobre o cadáver de Merlino para desaparecer com sinais de agressão.
- Os depoimentos foram importantes porque destacou que Merlino foi torturado
até sofrer com gangrena nas duas pernas, e por isso ele teria sido levado para
um hospital, onde dizem que ele morreu. As testemunhas contaram ainda que um
caminhão passou várias vezes sobre o cadáver de Merlino até decepar vários
órgãos dele. Além disso, afirmou-se que o coronel Ustra participou pessoalmente
dessas sessões de tortura - disse o criminalista Fábio Konder Comparato,
advogado da família de Merlino.
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