O Globo

O argumento de que o apoio do BNDES à fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar
seria uma forma de evitar uma desnacionalização da empresa brasileira e do setor
supermercadista não convenceu especialistas. Até porque os números de importação
e exportação da rede não corroboram a tese do empresário Abilio Diniz e do
governo.
Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que, em 2009, o Grupo Pão de
Açúcar importou US$ 150 milhões, valor que subiu para US$ 236 milhões em 2010 -
alta de 57,3%. Já na lista dos 250 maiores exportadores - considerando que o
último do grupo exportou US$ 100 milhões no ano passado - não há referência à
empresa.
Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB),
José Augusto de Castro, o argumento é infundado. Ele destaca que o Grupo Pão de
Açúcar está entre os 250 maiores importadores do país, mas não faz parte da
lista dos maiores exportadores.
- O Pão de Açúcar importa muito mais do que exporta. E a fusão tende a
aumentar essa diferença. O Carrefour não vai aumentar as vendas da nova
companhia. É muito mais provável que importe mais para atender à demanda do
mercado brasileiro - disse Castro, acrescentando que outro elemento contra a
fusão recai sobre o mercado de trabalho. - O BNDES deveria estar dando dinheiro
a quem gera emprego e renda no Brasil.
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