quarta-feira, 24 de julho de 2024

Maduro reage a Lula como lobo atacando Chapeuzinho Vermelho



Devagarinho, Lula vai se dando conta de que a "democracia relativa" que enxergava na Venezuela se parece muito com uma ditadura absoluta. Descobre da pior maneira que Nicolás Maduro é um democrata sui generis, do tipo que jamais negaria a ninguém o direito de concordar inteiramente com ele.

Lula ousou declarar-se surpreso com a antevisão de Maduro segundo a qual um "banho de sangue" tingirá a conjuntura venezuelana caso a oposição prevaleça nas urnas do próximo domingo. O autocrata companheiro deu de ombros: "Quem se assustou que tome chá de camomila". Horas depois, disse que não são auditadas as eleições no Brasil, nos Estados Unidos e na Colômbia, três países que monitoram com lupa o pleito venezuelano.

Edmundo González, o opositor que Maduro consentiu antes de saber que subiria além do desejável nas pesquisas, agradeceu o apoio de Lula ao processo eleitoral. Disse valorizar a presença de Celso Amorim como observador em Caracas. O assessor internacional do Planalto declarou ao Globo que Maduro deveria aproveitar as eleições para "mostrar que a democracia" venezuelana "está consolidada".

A despeito dos esforços de Amorim, Lula talvez devesse buscar a assessoria de uma criança de cinco anos. No teatro infantil, com seus enredos básicos, sua comédia ingênua e seus exageros trágicos, as crianças se integram com facilidade à catarse. Elas participam do espetáculo. Interferem na história, vaiam os vilões e torcem pelos hipotéticos herois.

Uma criança teria saltado da cadeira em maio do ano passado, quando Lula recepcionou Maduro em Brasília. O assessor mirim teria invadido o palco para avisar ao Chapeuzinho Vermelho do Planalto que o Lobo Mau venezuelano não merecia o benefício da dúvida. O que faltou a Lula foi um acompanhante infantil, com discernimento para alertar que um presidente marcado pelos calos do 8 de janeiro não deveria se meter em apertos antidemocráticos.

Um comentário:

AHT disse...

Essa é a cruel realidade em curso na Venezuela e, se não bastasse, a ideológica teimosia lulopetista continua contemporizando, passando a mão na cabeleira do chavista e ditador Maduro. Até quando essas mãos amigas de ditadores serão eleitas e reeleitas no Brasil?