Mestre na arte de dizer mentiras na internet com extrema sinceridade, Eduardo Bolsonaro experimentou do próprio veneno. Habituado a atacar, foi às redes sociais para se defender de uma urucubaca digital postada no Instragram pelo coach bolsonarista Pablo Marçal. O deputado acusou-o de divulgar um "recorte malicioso" de entrevista concedida por ele ao jornal Gazeta do Povo.
Marçal divulgou apenas os trechos da entrevista em que Eduardo o elogia, suprimindo as ressalvas à sua pretensão de chegar à prefeitura de São Paulo. No desmentido, o deputado diz que votará no prefeito Ricardo Nunes. Insinua que Marçal bajula Bolsonaro para atrair o voto bolsonarista.
Com seu "recorte malicioso", Pablo Marçal excluiu da fala de Eduardo justamente o trecho em que ele esclarece que o candidato decepcionou os bolsonaristas que esperavam dele uma conduta à moda do general Pazuello, padrão "um manda, outro obedece".
Eduardo Bolsonaro empilhou interrogações: "Onde estava o Marçal na eleição de 2022? Ele postava 'nem Lula e nem Bolsonaro'. Ele se posicionou sobre a prisão do Daniel Silveira? E sobre as velhinhas presas do 8 de janeiro? É difícil você avalizar alguém em cima da hora."
Imaginava-se que a autofagia fosse uma doença da esquerda. Mas a fome com que Eduardo mastigou Marçal mostra que o primitivismo dos devotos do capitão inclui traços da fúria canibal da tribo dos caetés, que comeram o bispo Pero Fernandes Sardinha, no ano de 1556, no litoral de Alagoas.
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