quinta-feira, 21 de março de 2024

Denúncia contra Zero 4 intima os eleitores catarinenses à reflexão


Jair Renan, filho de Bolsonaro


Jair Renan, o filho Zero Quatro de Bolsonaro, foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal à Justiça. Responde por crimes cabeludos: lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Utilizou como fachada para os delitos empresa RB Eventos e Mídia, que mantinha em sociedade com Maciel Alves, também incluído no rol dos denunciados. A dupla utilizou um faturamento fraudulento de R$ 4,6 milhões como lastro para obter três empréstimos bancários, num total de R$ 698 mil.

A novidade vem à luz no instante em que Jair Renan apresenta-se ao eleitorado da cidade catarinense de Balneário Camboriú como candidato a uma vaga de vereador. Reza a legislação que todo brasileiro é inocente até prova em contrário. A denúncia do Ministério Público serve para atenuar a inocência presumida do filho de Bolsonaro. Mas não retira o direito do personagem de tentar a sorte das urnas.

Apenas uma condenação em segunda instância empurraria Jair Renan para dentro Lei da Ficha Limpa, impedindo que levasse adiante a candidatura de vereador. Por uma armadilha do tempo, é nula a chance de isso ocorrer até outubro, quando o brasileiro votará nas eleições municipais. Portanto, caberá ao eleitor catarinense fazer uma reflexão que impeça o Zero Quatro de imitar os outros membros da família, obtendo o escudo de um mandato legislativo.

O tempo da política é diferente do tempo da Justiça. Favorecido pelo descompasso dos dois calendários, Jair Renan desfila faceiro pela conjuntura de Santa Catarina como se nada tivesse sido descoberto sobre ele em Brasília. O eleitor catarinense pode tomar distância do denunciado ou lavar as mãos. Quem optar pela segunda alternativa, arrisca-se a enxergar a imagem de um culpado no espelho quando vierem as sentenças. O regime democrático é muito bom. Mas dá trabalho.

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