segunda-feira, 3 de abril de 2017

Lenín no Equador, narcoditadura na Venezuela e fogo no Paraguai!


É… A América do Sul, a começar por Banânia, vive dias agitados, não é? Por aqui, apesar de tudo, as instituições funcionam, ainda que estejam sofrendo escoriações. Já a Venezuela, o Paraguai e o Equador… Bem, vamos ver. Começo pelo caso mais recente. Vejam estas fotos. Revelam a brutal insegurança do sistema. Vota-se em cédulas de papel; inexiste cabine indevassável; os votos são espalhados, em montes, no chão; a contabilidade é feita manualmente, na base daqueles quadradinhos cortados na diagonal, que fazem contagem de cinco em cinco…





Pois é… Todas as pesquisas de opinião e também a de boca de urna apontavam a vitória do oposicionista Guillermo Lasso, que aparecia nesse último levantamento com 53,02% dos votos, contra 46,98% do esquerdista e governista Lenín Moreno.

Os resultados oficiais, no entanto, são outros. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) indica a vitória de Lenín por uma estreita margem. Com 96% das urnas apuradas, ele está com 51,12% dos votos, contra 48,88% do opositor conservador. Matematicamente, a virada é impossível.

O que vai se seguir? Vamos ver. As fotos acima indicam a insegurança em que realizam as eleições no país, que é comandado pelo autocrata Rafael Corrêa, um Chávez de dimensões equatorianas. Guillermo pede a recontagem dos votos e diz que a fraude pode alcançar 800 mil votos. O país tem inscritos 12,8 milhões de eleitores.

Apesar do nome, o Lenín do Equador faz um discurso mais manso do que Corrêa.

Venezuela

A Venezuela há muito vive uma tirania. O último golpe foi dado pela corte suprema do país, um antro de bolivarianos a serviço da súcia que chegou ao poder com Hugo Chávez, que decidiu tirar do Parlamento o poder de legislar. Parece piada, mas é isso mesmo. A reação internacional foi de tal sorte que Nicolás Maduro, o esbirro civil da narcoditadura militar que governa o país, posa de conciliador e pede que os fantoches do tribunal devolvam o poder ao Congresso.

Os país se desconstitui a cada dia. Bem, desta feita, ao menos, não passamos vergonha. Estivesse Lula ou Dilma no poder, e nós sabemos bem qual seria a reação do governo brasileiro. Nunca podemos nos esquecer da frase do Apedeuta, segundo quem “havia democracia até demais na Venezuela”. E ele o disse dias depois de Chávez ter mandado cassar um canal privado de televisão.

A Venezuela parece caminhar para uma guerra civil se as alas limpas das Forças Armadas não se insurgirem contra seus pares de farda que sustentam o narcoestado. Maduro aposta em muito sangue. Que seja menos!

Fiquemos de olho no Equador… A Venezuela só chegou ao abismo porque o candidato derrotado, Nicolás Maduro, fraudou as eleições e se impôs como presidente. Os indícios na disputa equatoriana não são os melhores.

Paraguai

O Paraguai, por sua vez, viveu uma patuscada multiplamente criminosa. Os governistas aprovam no Senado uma emenda que permite a reeleição, o que é do interesse do atual presidente, é claro!, o conservador (Colorado) Horacio Cartes. O curioso é que a esquerda, que quer a volta de Fernando Lugo, resolveu apoiar a proposta…

Ocorre que se organizou uma forte resistência à medida, e manifestantes invadiram uma ala do Congresso, depredando e incendiando instalações. Rodrigo Quintana, 25, dirigente do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), principal sigla de oposição no país, foi morto pela polícia. O governo demitiu o ministro do Interior e o chefe da polícia do Paraguai.

Só para registro: a votação da emenda não fere a Constituição. Tem cara de manobra politicamente malandra, mas está dentro das regras do jogo. É claro que a oposição tinha o direito de protestar. Ocorre que, numa democracia, não se põe fogo no Parlamento, certo?

E não deixa de ser prudente notar: não se deve dar à população pretextos para isso. E uma maneira é respeitar as instituições. Vale para o Brasil, para o Equador, para a Venezuela, para o Paraguai, para todo o mundo…

Por Reinaldo Azevedo

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